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sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Esporte adaptado traz vida nova à pessoas com mobilidade reduzida

Time de Futebol B2 e B3 da Urece Esporte e Cultura/ Foto: Urece

Que o esporte traz benefícios já não é mais novidade para ninguém. Independente de idade, raça, sexo, a prática de esportes traz vitalidade, energia e principalmente, saúde. No caso das pessoas com deficiência não é diferente, o esporte é benéfico também, inclusive na questão psicológica.

Muitas vezes o esporte funciona como uma válvula de escape, ajudando a lidar com as dificuldades diárias do deficiente. Manoel Lins dos Santos é praticante de esporte adaptado há anos, e o esporte foi um grande aliado na luta contra as dificuldades. “Sou atleta de atletismo, pratico arremesso e lançamento, anteriormente já pratiquei natação e cheguei a ser bi campeão, comecei a praticar natação como uma terapia porque sofri vários assaltos, fiquei muito doente e quando procurei um psicólogo, ele me indicou o esporte. Hoje vivo saudável, pois o esporte serve para tudo e para todos”, diz o atleta.

Para Gabriel Mayr, treinador de futebol para cegos há onze anos, o esporte é uma excelente ferramenta para todas as pessoas, seja ela deficiente ou não. Neste caso específico, o esporte é importante na reabilitação. por exemplo, o jogador de futebol de cinco, assim que habituado ao esporte adquire mais equilíbrio, mais desenvoltura, maior senso de direção, que neste caso, lhe dá maior suporte para o seu dia-a-dia, ajudando a andar melhor na rua, por exemplo.

Entretanto, o treinador ressalta que o esporte nem sempre é o salvador da pátria como muitos dizem. ”O esporte não é a solução de tudo, o esporte vai ser bom pra ele, vai mudar a vida, mas eu conheço muitos cegos que detestam futebol, eles gostam de música e de teatro por exemplo, e eles se dão muito bem. Assim como qualquer pessoa sem deficiência, sempre vai existir aqueles que gostam de futebol, de atletismo, de teatro e aqueles que não fazem nada, e a mídia gosta de  dizer que o esporte salvou a vida deste ou aquele deficiente, porém não é sempre assim”, disse  o treinador.

As dificuldades existem, como em qualquer esporte, muitas vezes, dificuldade de orientação espacial, dificuldade de lidar com as técnicas do jogo, carga respiratória, mobilidade, entre outras causas, porém tem também alguns que possuem um talento nato, mesmo após pouco tempo de treinamento já estão aptos a competir. Mas como o treinador faz questão de salientar, não podemos generalizar estas dificuldades, pois como preconiza a Convenção Internacional da pessoa com deficiência da ONU, a deficiência não está na pessoa, e sim no meio em que elas vivem.

Por: Aline Sabino e Mariangela Fausto

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